Você está usando filtro solar como deveria?
Nessa nossa primeira edição vamos falar de protetor solar mineral: tudo o que você precisa saber sobre FPS existentes no mercado - e qual a melhor opção
Proteger a pele do sol usando protetor solar é necessário em apenas duas situações:
quando você tem pele e enquanto você viver.
Em dias ensolarados na beira do mar ou em dias de trabalho em frente ao computador, proteger a pele contra efeitos nocivos dos raios de sol e luz azul ajudam, inclusive, a prevenir o envelhecimento precoce. Mas você deve se perguntar o tempo inteiro: por que tantas opções? Filtro físico, filtro químico, filtro com cor… qual escolher?
Até pouco tempo, não existia nenhum protetor solar que não deixasse uma camada esbranquiçada na pele. Hoje, com a inovação da biotecnologia é possível encontrar um filtro solar invisível sobre a pele - graças a uma substância chamada Hidroxiapatita, composto mineral estável de fosfato de cálcio, não-tóxico e biocompatível, junto ao óxido de zinco e dióxido de titânio na mesma fórmula.
Já adianto que a melhor escolha são os filtros físicos, ou também chamados filtros minerais. Um mercado ativo cheio de lançamentos de FPS, que inundam nossas redes sociais com fotos bonitas e propagandas convincentes, vou explicar um pouco mais sobre o que é um filtro solar mineral.
Mas afinal… o que é protetor solar mineral?
Um protetor solar completamente mineral significa que ele usa apenas dois ativos: óxido de zinco ou dióxido de titânio. Ler a lista de ingredientes nessa situação é importante para que nenhuma marca que diz ter um protetor solar 100% mineral não te engane incluindo ingredientes potencialmente tóxicos na composição.
Então, como funciona um protetor solar mineral para protegê-lo dos raios UV?
Curiosamente, protetores solares minerais e químicos funcionam quase da mesma forma: protegem a pele absorvendo os raios UV e depois transformando-os em calor. A única diferença é que o FPS químico absorve 100% dos raios UV, enquanto o protetor solar mineral absorve cerca de 95% e reflete cerca de 5% dos raios UV.
Um equívoco comum é acreditar que um FPS mineral pode ser produzido naturalmente. Todos os FPS são produzidos sinteticamente em laboratórios, para que não haja contaminação entre os ingredientes com vestígios de substâncias perigosas, e para a fórmula estar de acordo com o fator de proteção prometido.
E tem mais um detalhe importante: ao escolher um protetor solar físico, é importante que ele seja “não-nano” ou “non-nano”, ou seja, isso significa que as partículas de óxido de zinco em uma fórmula são maiores que 100 nanômetros - então elas ficarão em segurança em cima da sua pele sem se infiltrar.
Mas por que evitar protetor solar químico?
A lista de ingredientes dos protetores solares químicos tem ingredientes que absorvem na pele e vão parar na corrente sanguínea. Até aí, nenhum problema, se essas substâncias não fossem alvo de estudos mundo afora, comprovando seus malefícios à saúde por serem tóxicos e cumulativos no nosso corpo.
No portal A Naturalíssima, com reportagem de Karen Faccin e Marcela Rodrigues, existe um dossiê completo sobre a composição de um protetor solar convencional. Os ingredientes mais comuns são:
Benzophenone-3 (Oxibenzone ou benzophenone): por ter ampla faixa de proteção UVA e UVB, é uma das substâncias mais usadas no mundo. A dermatologista Patricia Silveira, do Rio de Janeiro, lembra que pesquisas recentes feitas nos EUA já encontraram benzophenone-3 em amostras de urina e leite materno. “A benzofenona está envolvida em reações alérgicas. É que ela não é tão estável e, por isso, é combinada a outros filtros químicos, e como disruptor hormonal”. No meio ambiente está relacionada diretamente no prejuízo da vitalidade dos corais e na reprodução de fitoplânctons.
Homosalate (homosalato): pesquisas o colocam como substância que impacta nos níveis de estrogênio, androgênio e progesterona.
MBC (4-methylbenzylidene): há evidências de sua atuação como disruptor endócrino humano. É bioacumulativo no meio ambiente, sendo tóxico para a vida aquática com efeitos de longa duração.
Para-aminobenzoic (PABA): apesar de liberado no Brasil, figura na lista de proibidos da União Européia, Estados Unidos e Canadá. Seu potencial de bioconcentração em organismos aquáticos é baixo, porém existente.
Padimate O: pode causar irritação aos olhos e a pele, e também é suspeito de toxicidade reprodutiva. A produção e o uso como absorvedor como ultravioleta em filtros solares e cosméticos, pode resultar em sua liberação para o meio ambiente através de vários fluxos de resíduos. Seu potencial de bioconcentração em organismo aquático é muito alto.
Octinoxate ou ethylhexyl methoxycinnamate): os impactos na saúde humana se limitam a riscos de dermatites. Já meio ambiente é considerado tóxico para os organismos aquáticos.
Octocrylene: é suspeito de ser tóxico para os organismos aquáticos com efeitos duradouros quando liberado no meio ambiente através de vários fluxos de resíduos. Mas ainda não é uma conclusão: o ECHA considera a substância como perigosa para o meio ambiente enquanto o Pollution Waste Canadá acredita que ela é segura, embora concorde que ela seja bioacumulativa.
Parfum: marcas que usam boa parte dos ingredientes acima, em geral, também fazem uso de Parfum que, ainda de acordo com o portal A Naturalíssima, é um conjunto de mais de cinco mil compostos químicos e sintéticos que podem provocar alergias diversas e, por segredo de indústria, não temos acesso
Óxido de Zinco e Dióxido de Titânio são seguros para a pele?
A FDA (Agência Federal Norte-americana), responsável pelo controle de alimentos e remédios, encaixa o óxido de zinco e o dióxido de titânio - quando usado sempre em corretas proporções - na faixa GRASE, que significa "geralmente reconhecido como seguro e eficaz". Eles são bloqueadores minerais que ficam na pele para bloquear fisicamente os raios de sol em vez de proteger a pele por meio de uma reação química à luz.
Resumindo: o dióxido de titânio e o óxido de zinco são dois minerais naturais que quando manuseados em laboratório e aplicados topicamente, têm a capacidade de bloquear a absorção da radiação UVA e UVB na pele, de forma segura tanto à sua saúde, quanto à saúde do planeta como um todo. São, então, considerados de amplo espectro.
Talvez você me pergunte: então o protetor solar químico que eu uso pode ajudar a matar os corais mundo afora?
A resposta é sim. De acordo com a reportagem da revista Galileu a oxibenzona, prejudica os corais em quase todas as formas imagináveis: ele atrapalha o seu crescimento, danifica seu DNA e colabora para o branqueamento dos corais.
E mais: você não precisa ir à praia para que eu protetor solar chegue aos corais. Aproximadamente 14 mil toneladas de protetor solar são despejadas nos corais todo ano. Essas substâncias tóxicas no banho, por exemplo, acabam no mar de uma maneira ou outra. Os pesquisadores afirmam que uma única gota de protetor solar em um volume de água equivalente à seis piscinas olímpicas já pode dar início a um processo de declínio de uma colônia saudável.
Já sei que devo optar por um protetor solar mineral. Mas qual escolher?
Ao longo dos últimos anos, muitas marcas têm se dedicado à proteção não apenas solar, mas que seja compatível com todos os tipos de pele: oleosa, seca, mista, sensível e acneica. Alguns, ainda, potencializam sua composição com ingredientes capazes de cuidam de radicais externos, os chamados antioxidantes.
Na próxima edição vou te ajudar a escolher qual o FPS mineral ideal para o seu tipo de pele citando uma lista com diversos FPSs físicos, nacionais e importados, seus benefícios e lista de ingredientes. Acompanhe!
Me diz: você ainda usa FPS químico? Já conhecia a diferença entre os dois?